domingo, 12 de dezembro de 2010

kyokushin

 a federação brasileira de karate kyokushin realizara no próximo dia 19 o exame de faixas pretas .
o karate kyokushin brasileiro é um dos mais conceituados do mundo tendo a sua frente o Shiran Francisco filho ,o exame de faixas pretas  brasileiro é o mais rigoroso  no mundo prezando criar faixas pretas eçepconais . estaram presentes no dia do exame grandes nomes do karate kyokushin como o Shiran Seiji Isobe Sensei Marcos Sensei Riuji Isobe Sensei  Everton Teixeira entre outros.
desejamos a todos os "KARATEKAS"  q irão fazer  o exame  calma determinação i muita sorte  o dia

 by "O KARATEKA"

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FINAL DE ANO

desejamos a todos  um otimo final de ano  PAZ , SAÚDE , PROSPERIDADE e otimas festas  o grupo "O KARATEKA"  desde jah agradecemos pelo otimo desempenho do blog nesses 3 meses de sua criação  a todos praticantes da maravilhosa arte marcial  KARATE  esperamos que 2011 seja cheio de vitorias  e sorte para todos os atletas  de todas as modalidades
shotokan
shinkyokushin
kyokushin
shoorinji
shorin ryu
karate Brasil
e todos os outros 
                                           boas festas
by  equipe "o karateka"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


Parabéns
A todos os atletas do campeonato brasileiro de  karate shinkyokushin  deixamos um parabéns pelo  maravilhoso espetáculo  de força garra e técnica
 Realizado  em CAJAMAR no dia 28 de novembro
O campeonato de karate shinkyokushin  mostrou  uma reunião de técnica e força de seus participantes
Destaques:
Dafne Carvalho e Talita oliveira
Uma final emocionante do absoluto feminino aonde as duas atletas mostraram  força e determinação em conseguir a vitoria.
Campeã Dafne Carvalho
Luan vieira x Adriano vieira
Não foi uma final mais foi uma das melhores luta do campeonato Luan mostrou toda sua técnica sobre um ótimo lutador de outro estilo.
 Vencedor Luan vieira 3 colocado
Melhor atleta:
 johnny sakuramoto campeão brasileiro de 2010
 by”o karateka”

domingo, 21 de novembro de 2010

shinkyoskushin Brasil

BRASIL È PENTA CAMPEÁO. 
CAMPEONATO SUL AMERICANO DE KARATE DE CONTATO, realizado no dia 20 de novembro de 2010, em La Plata ' Argentina

Djefini Carvalho venceu suas trës adversàrias, a primeira do Uruguai, a segunda luta foi Daniela Berho do Chile, e finalmente Maria Jose do Chile. Djefini definiu mais este tìtulo para o Brasil, e torna-se  ùnica atleta da Amèrica do Sul com o titulo de penta campeá consecutiva. 


Rafael Cardoso venceu seus adversàrios, com tranquilidade, e traz o caneco, e conquista o titulo de tri campeáo sul americano. 

Daniel Martino vence o seu primeiro adversàrio, mas è barrado na segunda luta

Johnny Sakuramoto vence o primeiro adversàrio, mas tambèm è barrado na segunda luta

Edvaldo Alves e Olavo Moura Neto, náo conseguiram vencer sua primeira luta.
Shinkyokushin Brasil
Parabéns a todos  atletas que participaram do campeonato sulamericano de shinkyokushin   cada vez  mais conquistando titulos   importantes.
oss!!!!
by : "O KARATEKA"  
mas oyama o criador do karate kyokushin  
Masutatsu (Mas) Oyama, nasceu Yong Eu-Choi no dia 27 de julho de 1923 em uma aldeia perto de Gunsan na Coréia Meridional.
Ainda bem jovem foi enviado a Manchuria, China Meridional, na fazenda de sua irmã, onde começou a praticar Kempo da China Meridional chamada de "dezoito mãos de Sr. Yi".
Quando Oyama retornou a Coréia já com doze anos, continuou treinando Kempo, agora coreano. Em 1938, mudou-se para o Japão e entrou na academia de aviação.
Continuou a praticar artes marciais, agora o Judô, porém notara que muitos treinavam karatê de Okinawa. Isto o interessou muito e foi treinar no dojo de Gichim Funakoshi na universidade de Takushoku onde aprendeu o que hoje é conhecido como karatê Shotokan. O progresso dos treinos era de tal maneira que aos dezessete anos já era 2º dan, aos vinte 4º dan.
A derrota do Japão (2º Guerra Mundial) quase desesperou o mestre Mas Oyama. Nei Chu, outro coreano morando no Japão, que era na ocasião uma das autoridades mais altas do Goju Ryu, passou a aconselhá-lo, encorajando Mas Oyama a dedicar sua vida a arte marcial, e também sugeriu que Oyama se retirasse durante três anos ficando longe do resto do Mundo para treinar sua mente e corpo.
Aos vinte e três anos, Mas Oyama conheceu Eiji Yoshikawa, o autor do "Musashi" (história baseada na vida e façanha do mais famoso samurai do Japão) e a história ajudou a ensinar ao Mas Oyama o código e o significado sobre o samurai Bushido. Naquele mesmo ano, Oyama foi para a montanha Minobu em Chiba, onde Musashi desenvolveu o Niten Ryu.
Oyama achou que ali seria o lugar apropriado para começar os seus rigorosos treinamentos que tinha planejado, junto dele levou uma cópia do livro de Yoshikawa e um aluno chamado Yashiro.
A solidão era sentida fortemente e depois de seis meses, Yashiro fugiu secretamente, durante a noite, ficando mais duro para Oyama, que mais do que nunca quis voltar à civilização.
Assim Nei Chu escreveu-lhe dizendo que deveria raspar uma sobrancelha para se libertar do desejo. Seguramente ele não queria que ninguém o visse daquele modo! Isto e outras palavras o convenceram a continuar e o tornar o mais poderoso karateka do Japão.
Porém, o patrocinador veio informar que não era mais possível apoiá-lo, e depois de quatorze meses, teve que terminar com os treinos na montanha.
Em 1947, Mas Oyama venceu o campeonato de karatê nacional e depois o WWII. Porém, ele se sentia vazio por não ter completado os três anos de solidão, assim decidindo dedicar a sua vida completamente ao karatê.
E novamente se retirou para a montanha, agora chamada Kiyozumi, também em Chiba, local escolhido por ele para o treino espiritual e físico.
Seu treinamento era fantástico, 12 horas por dia, faça sol, chuva ou neve, socando cachoeiras, quebrando pedras de rio com as próprias mãos, usando árvores como "Makiwara", incluiu também um período para o estudo dos anciões das artes marciais, zen e filosofia.
Após dezoito meses, retornou confiante (auto controle), e nunca mais seria influenciado pesadamente pela sociedade.
Em 1950, Sosai (fundador) Mas Oyama começou a testar o seu poder lutando com touros, no total lutou com 52 touros, matou 3 e 49 tiveram os chifres arrancados com golpes de faca da mão, tudo isso era tão natural, fácil para ele.
Em 1957,
Procurar citacões de Jon Bluming, o discipulo de Oyama que levou o Karatê Kyokushin para a Europa.

 Arte

Karate quer dizer (literalmente) mãos vazias e o estilo Kyokushin busca a verdade e a realidade. Fundamentado em técnicas compactas e eficazes visa nocautear o indivíduo com um unico golpe (Ichigeki), aplicado com força espetacular. Através deles, atraem ondas de dinamismo e criam vagalhões de potência.
Também tem como intuito tonificar os musculos, melhorar a resistência aeróbica, a flexibilidade, postura e controle emocional.
A sua filosofia, baseada no Budo (princípios dos Samurais), é fundamentada na disciplina rígida dos seus próprios atos, na compreensão dos limites alheios, no respeito aos pais e superiores e na fidelidade aos seus ideais.

Branca - 10º KyuCeinture blanche.png
Laranja - 9º KyuCeinture orange.png
Azul - 8º e 7º KyuCeinture bleue.png
Amarela - 6º e 5º KyuCeinture jaune.png
Verde - 4º e 3º KyuCeinture verte.png
Marrom - 2º e 1º KyuCeinture marron.png
Preta (1º ao 10º "Dan")Ceinture noire.png

terça-feira, 16 de novembro de 2010

kyokushin oyama

Brasil conquista 12 vagas para o Mundial

15/11/2010 - A equipe brasileira obteve 90% de aproveitamento na Seletiva Sulamericana realizada ontem (14), em Mendoza, na Argentina. Vinte vagas para o X Mundial de Kyokushin estavam em jogo e, dos treze atletas brasileiros que participaram do campeonato, doze carimbaram seus passaportes para o Japão.
Os classificados em 21º a 24º lugares entrarão como atletas reservas.
Confira abaixo o resultado completo da Seletiva Sulamericana:
1. Daniel Pereira (Brasil)
2. Ricardo Nunes (Brasil)
3. Éder Gama (Brasil)
4. Eivind Echeverria (Bolívia)
5. Paulo Zuleta (Argentina)
6. Emmanuel Ruarte (Argentina)
7. Renato Herrada (Chile)
8. Airton Martinicorena (Brasil)
9. Ricardo Prada (Brasil)
10. Jose Cornélio (Brasil)
11. Fabiano Santin (Brasil)
12. Alexsandro Ascenço (Brasil)
13. Sergio Acevedo (Chile)
14. João Paulo Rocha (Brasil)
15. Rafael Dantas (Brasil)
16. Guilherme Locatelli (Brasil)
17. Carlos Robles (Argentina)
18. Emiliano Dominguez (Argentina)
19. Dinei Daneris Júnior (Brasil)
20. Lucas Gimenez (Argentina)
21. Roger Cuadros (Bolívia)
22. Jorge Ibacache (Chile)
23. Edward Quintero (Bolívia)
24. Walter Pipo Diaz (Bolívia)
Vale lembrar que os brasileiros Ewerton Teixeira e Eduardo Tanaka já têm suas vagas garantidas no Mundial de 2011. Ambos classificaram-se entre os oito melhores no campeonato de 2007: Teixeira é o atual campeão mundial absoluto de Kyokushin e Tanaka terminou a competição em sétimo lugar.
Crédito:
http://www.kyokushin.com.br
Boa Sorte a todos os brasileiros no Mundial.
OSSU!!!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Delegação Brasileira de kyokushin para o mundial

Conheça a equipe brasileira do Mundial
Joana Matushita
 – O Brasil levará quatorze atletas ao Campeonato Mundial de Kyokushin, nos dias 16, 17 e 18 de novembro, em Tóquio (Japão). São representantes de vários Estados e de várias academias espalhadas pelo país. A seguir, o perfil resumido de cada um deles:

Nome:  Anderson Fabiano da Silva
Academia:  Bragança Paulista (SP)
Idade:  30 anos
Altura:  1,76m
Peso:  85kg
Títulos:  3º lugar Mundial por Peso 2005
 2º lugar Campeonato Russo por Peso 2001
 Campeão Sul-americano 2001

Nome:  Anderson Rosa Rodrigues da Silva
Academia:  Morumbi (SP)
Idade:  20 anos
Altura:  1,81m
Peso:  94kg
Títulos:  Vice-campeão Seletiva Sul-americana 2006
 7º lugar All American 2006
 3º lugar All American 2005

Nome:  Andrews Massao Nakahara
Academia:  Bragança Paulista (SP)
Idade:  24 anos
Altura:  1,83m
Peso:  84kg
Títulos:  Campeão All American 2006
 Campeão Sul-americano 2005
 Campeão Mundial por Peso 2005

Nome:  Claive Atanasio Cordeiro
Academia:  Morumbi (SP)
Idade:  21 anos
Altura:  1,86m
Peso:  88kg
Títulos:  Campeão Seletiva Sul-americana 2006
 5º lugar All American 2006
 Campeão Brasileiro 2004

Nome:  Diogo Souza da Silva
Academia:  Ribeirão Pires (SP)
Idade:  27 anos
Altura:  1,80m
Peso:  90kg
Títulos:  Vice-campeão Sul-americano 2005
 Campeão Sul-americano por Peso 2004
 Campeão Mundial por Equipes 2002

Nome:  Éder de Moraes Gama
Academia:  Ribeirão Pires (SP)
Idade:  24 anos
Altura:  1,75m
Peso:  83kg
Títulos:  10º lugar Seletiva Sul-americana 2006
 5º lugar Sul-americano 2005
 4º lugar  Campeonato Brasileiro 2004

Nome:  Eduardo Tadatoshi Tanaka
Academia:  Penha/Liberdade (SP)
Idade:  23 anos
Altura:  1,78m
Peso:  90kg
Títulos:  Campeão All American 2005
 Campeão Sul-americano 2004
 Campeão Mundial por Equipes 2002

Nome:  Ewerton Vicente Teixeira
Academia:  Liberdade (SP)
Idade:  25 anos
Altura:  1,88m
Peso:  106kg
Títulos:  Pentacampeão All American 2001/2002/2003/2004/2007
 Campeão Mundial por Peso 2005
 3º lugar Campeonato Mundial 2003

Nome:  Julio César do Nascimento
Academia:  Santana (SP)
Idade:  34 anos
Altura:  1,78m
Peso:  83kg
Títulos:  3º lugar Campeonato Brasileiro 2006
 9º lugar Seletiva Sul-americana 2006
 3º lugar Taça Brasil 2003

Nome:  Ricardo Palmeira Prada
Academia:  Lavras (MG)
Idade:  28 anos
Altura:  1,80m
Peso:  90kg
Títulos:  5º lugar Sul-americano 2006
 Campeão Kyokushin Grand Prix 2005
 Vice-campeão Brasileiro 2004

Nome:  Robson dos Santos Batista
Academia:  Itabuna (BA)
Idade:  24 anos
Altura:  1,80m
Peso:  90kg
Títulos:  3º lugar Kyokushin Grand Prix 2007
 7º lugar Sul-americano 2006
 5º lugar Campeonato Brasileiro 2006

Nome:  Rogério Henrique Cogo de Oliveira
Academia:  Bragança Paulista (SP)
Idade:  26 anos
Altura:  1,78m
Peso:  98kg
Títulos:  Campeão Taça Brasil 2007
 Campeão Brasileiro 2006
 3º lugar Sul-americano por Peso 2004

Nome:  Sérgio Matias da Costa
Academia:  Penha/Liberdade (SP)
Idade:  33 anos
Altura:  1,81m
Peso:  110kg
Títulos:  Campeão Sul-americano 2003
 Campeão Mundial por Equipes 2002
 Campeão All American 2000

Nome:  Wagner Barros Xavier
Academia:  Ribeirão Pires (SP)
Idade:  28 anos
Altura:  1,72m
Peso:  75kg
Títulos:  3º lugar Sul-americano por Peso 2004
 Vice-campeão Seletiva Sul-americana 2002
 Campeão Sul-americano

shinkyokushim

A FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE KARATE SHINKYOKUSHIN ESTARÁ REALIZADO O CAMPEONATO  BRASILEIRO DE SHINKYOKUSHIN NO DIA 28 DE NOVEMBRO  NA CIDADE DE CAJAMAR EN SÃO PAULO  AS INSCRIÇÕES PODEM SER FEITAS  PELO SITE DA PRÓPRIA FEDERAÇÃO SHINKYOKUSHIN
(OBS)NÃO SERÁ PERMITIDO ATLETAS DE OUTRAS MODALIDADES DE  KARATE

Ewerton Teixeira HL by Okami

karate shorin ryu

Shorin-ryu (小林流 ou 松林流 ou 少林流) é um estilo de Karate originário de Okinawa e de cujo desmembramento surgiram vários dos demais estilos de Karate hoje praticados no mundo, como o Shotokan. Shorin é a pronúncia japonesa da palavra chinesa Shaolin, que quer dizer "Pequeno Bosque", sendo assim, como Ryu significa Estilo, Shorin-ryu seria o "Estilo do Pequeno Bosque".

Índice

[esconder]

[editar] História

As raízes do estilo Shorin-ryu se confundem com as raízes do próprio Karate e remontam ao final do século XVIII, na ilha de Okinawa. Àquela época, a ilha era a sede do hoje extinto Reino de Ryukyu, que englobava todas as ilhas do Arquipélago de Ryukyu, hoje pertencentes ao Japão. De fato, um preciso estudo das origens do Karate não pode ser feito de forma dissociada do estudo da cultura de Ryukyu. Nesta seção, a periodização histórica utilizada será baseada na vida dos mais importantes Mestres do estilo Shorin-ryu.

[editar] Peichin Takahara (1683 - 1760)

Nascido na vila de Akata Cho, Takahara[1] viveu a maior parte da vida na cidade de Shuri, capital do Reino de Ryukyu, e foi o maior Mestre de Te (mão) à sua época. O Te era uma arte marcial nativa de Okinawa e cujo nome significava simplesmente "mão", por ser uma forma de luta praticada sem armas.
Bandeira do Reino de Ryukyu, berço do Karate, até 1875
O desenvolvimento do Te enquanto arte marcial se perde nas brumas do tempo, visto que o mesmo surgiu de forma secreta entre os camponeses de Ryukyu, que eram proibidos de portar armas a fim de se evitar revoltas. Dessa forma, o Te era ensinado em reuniões secretas e sua própria organização se assemelhava à das Sociedades Secretas, com iniciações e graus de hierarquia interna.
Apesar de geograficamente pequena, a ilha de Okinawa era muito segmentada em termos culturais, de forma que três micro-cosmos culturais acabaram por se desenvolver em torno das três cidades mais importantes: Shuri (a capital), Naha (a cidade de comércio mais dinâmico) e Tomari (o principal porto). Em cada uma dessas cidades e seus respectivos arredores, desenvolveu-se um tipo particular do Te; sendo o que importa ao verbete em questão aquele desenvolvido em Shuri: o Shuri-Te.
Por volta de 1750, um monge budista chinês do Monastério Shaolin chamado Kusanku[2] foi enviado a Okinawa como uma espécie de embaixador. Àquela época, Ryukyu era um reino independente, mas cultural e comercialmente dependente da China Imperial.
Como a maioria dos monges Shaolin, Kusanku era praticante de Kung Fu (na época chamado Ch'uan Fa). Como Shuri era a capital, foi para lá que ele foi enviado e lá, entrou em contato com Takahara, já com uma idade bastante avançada. Ambos trocaram conhecimentos sobre artes marciais, mas não desenvolveram nenhuma relação Professor-Aluno.
Uma curiosidade acerca de vida de Peichin Takahara é que se atribuem a ele os primeiros mapas da ilha de Okinawa. Verdade ou não, consta que se tratava de uma pessoa muito instruída, que alguns afirmavam se tratar de um monge budista.

[editar] Kanga Sakukawa (1733 - 1815)

Quando Kusanku chegou a Okinawa, Sakukawa[3] contava cerca de 18 anos e era o mais prodigioso aluno de Takahara. O velho Mestre percebeu que a chegada do estrangeiro seria uma boa oportunidade para obter um aperfeiçoamento de sua arte marcial, mas como já estava com quase 70 anos, não se sentia apto a aprender novas técnicas. Enviou, então, seu pupilo para ser treinado pelo monge chinês.
Templo Shaolin, em Henan, que Sakukawa teria visitado com Kusanku e cujo nome serviu de inspiração para o batismo do estilo Shorin-ryu
Sakukawa, já à época um grande praticante de Te, se tornou, então, discípulo de Kusanku, com quem se diz, inclusive, que chegou a visitar a China e o próprio Monastério Shaolin. Quando Kusanku faleceu, em 1762, Sakukawa já dominava amplamente tanto o Te de Okinawa, quanto o Kung Fu da China. Passou, então a ser o Grão-Mestre do Te de Shuri, assumindo o lugar de Takahara, falecido dois anos antes.
Em homenagem a Kusanku e também como forma de compilar seus ensinamentos de forma a passá-los para seus alunos, Sakukawa criou os dois katas que levam o nome do monge Shaolin: Kusanku Sho (Kusanku menor) e Kusanku Dai (Kusanku maior). Contudo, talvez por azar, ou talvez por ter passado muitos anos na China, ou ainda, talvez por seu Mestre ter vivido tanto, Sakukawa não conseguiu ter um aluno brilhante e seus ensinamentos corriam o risco de não serem levados adiante após sua morte.
Por volta de 1812, contra a sua vontade, o idoso Sakukawa viu-se obrigado a honrar uma promessa que havia feito a um nobre de Ryukyu e, assim, aceitou o fiho daquele homem - um adolescente conhecido como encrenqueiro -, como discípulo. O jovem se chamava Sokon Matsumura.

[editar] Sokon Matsumura (c. 1800 - c.1890)

Mesmo já não sendo uma criança, Matsumura[4] se destacou rapidamente nos estudos com o Mestre Sakukawa e, quando ele faleceu, em 1815, já estava apto a dar prosseguimento a seus ensinamentos.
O treinamento de Matsumura naquela arte que vinha se configurando a partir da mistura do Kung Fu com o Te não só lançou as bases do Karate (mão vazia), mas também fez com que a prática de artes marciais, até então restrita ao campesinato, atingisse a nobreza, da qual o próprio Matsumura fazia parte.
De fato, Matsumura utilizou seus novos conhecimentos para galgar postos na administração do reino e logo se tornou o General Supremo das Forças Armadas de Ryukyu. Sua vida é, contudo, coberta por mitos que o fazem uma espécie de Miyamoto Musashi de Okinawa. Diz-se que nunca perdeu uma luta, desde o início de seu treinamento até sua velhice, sendo seu embate mais famoso (e o único que não venceu, mas empatou) contra um marinheiro náufrago oriundo provavelmente da China, cujo nome era Annan.
Annan fora o único sobrevivente do navio em que estava, na costa de Okinawa, e conseguiu chegar à ilha nadando. Como não sabia falar o idioma local e como era exímio lutador, estava se aproveitando de sua habilidade para roubar comida e outras coisas das vilas próximas a Shuri. Matsumura foi, então, chamado para lidar com o problema, mas o estrangeiro se mostrou um oponente muito superior a todos os outros que já havia enfrentado ou que ainda viria a enfrentar. Num determinado momento da luta, ambos se viram impossibilitados de vencer e resolveram parar o embate, chegando a um acordo. Matsumura deixou que Annan partisse sem ter que responder pelos crimes que havia cometido e, em troca, Annan ensinou-lhe algumas de suas técnicas, que Matsumura viria a compilar num Kata chamado Chinto (Marinheiro do Leste).
Além de seus feitos militares quase-heróicos, Matsumura também deu uma grande contribuição pessoal ao nascente Karate, tendo criado diversos Katas: Naihanchi (depois dividido em três partes), Passai (depois dividido em duas versões), Gojushiho, Chinto e Hakutsuru (este não praticado pela Shorin-ryu).
Além das grandes contribuições que deu ao Karate, pelo fato de ser um nobre, Matsumura nunca abriu mão do uso de armas (Kobujutsu) e chegou mesmo a introduzir o Jigen-ryu (Estilo de luta com espadas) de Satsuma (Japão) em Okinawa.
O tempo de vida, bem como muitos dos feitos deste homem, considerado por muitos como o verdadeiro fundador do Karate, não é precisamente conhecido, mas seu aluno mais brilhante e sucessor também no posto de General Supremo de Ryukyu, foi Anko Itosu, outro membro da nobreza do reino.

[editar] Anko Itosu (1831 - 1915)

Aluno de Matsumura, Itosu[5] esteve presente em momentos decisivos da História de Ryukyu e do Japão. Era ele o General Supremo do Reino quando de sua anexação ao Japão, em 1879. De fato, até o momento em questão, Ryukyu vivia uma situação muito peculiar. Se por um lado, seus governantes e sua população demonstravam uma ampla preferência pela China (em todos os sentidos), por outro, o Japão considerava (desde 1609, quando o Daimyo de Satsuma obteve autorização do Shogun para invadir a região a fim de puní-la por não ter aceitado participar na campanha de anexação da Coréia, em 1590) a região como um protetorado e, inclusive, só não a tinha anexado formalmente a seu território, porque, com o fechamento do Japão aos países estrangeiros, no século XVII, a situação de Ryukyu e seu intenso comércio com a China funcionavam como uma forma de burlar o sistema e introduzir produtos estrangeiros (principalmente chineses) no Japão. Contudo, com a Restauração Meiji, tal mecanismo já não se fazia necessário e como a China, envolvida em milhares de problemas devidos à ocupação estrangeira de seu território e às Guerras do Ópio, se encontrava impossibilitada de oferecer resistência ao expansionismo nipônico, o Japão consolidou seu domínio sobre Ryukyu.
Mestre Anko Itosu
Percebendo que era impossível resistir a um adversário tão superior, Ryukyu se rendeu sem luta e sua nobreza passou a colaborar com os japoneses a fim de manter o status de que dispunha. O próprio Rei Sho Tai, último monarca de Ryukyu, foi morar em Edo (Tóquio), onde recebeu o título de Kazozu (equivalente a Marquês). Com esse intuito colaboracionista, Itosu trabalhou incansavelmente para fazer o Karate ser introduzido no Japão. Acreditava que, caso fosse bem sucedido, poderia vir a gozar de uma posição influente junto às Forças Armadas do Imperador Meiji. Contudo, devido à grande influência chinesa sobre o Karate da época (até mesmo muitos dos golpes possuíam nomes em chinês), a arte marcial não encontrou receptividade num Império sinófobo como o japonês. Itosu fracassou.
A despeito de seu fracasso em tornar o Karate uma arte marcial japonesa, Itosu deu grandes contribuições pessoais a ele. Uma das mudanças introduzidas pelo Mestre no Karate foi o treinamento com Makiwara, espécie de boneco de madeira rígida, para calejar as mãos e os pés, a fim de potencializar os golpes. Outra grande inovação de Itosu foi ter tornado o Karate mais acessível às crianças através da invenção dos primeiros Kihons e da divisão do imenso Kata Naihanchi, criado por seu Mestre, em três Katas menores: Naihanchi Shodan, Nahanchi Nidan e Nahanchi Sandan. Esses Katas seriam uma forma de se introduzir as crianças ao Karate e, uma vez dominados, fariam delas praticantes de nível intermediário. Itosu, contudo, acreditava que havia uma grande diferença nos níveis de dificuldade apresentados pelos três Naihanchi e pelos demais Katas, criados por Matsumura e por Sakukawa, sendo assim, como forma de ensino intermediário, ele particionou os dois Katas Kusanku (criados por Sakukawa) em cinco Katas menores, os quais batizou de Pinan, a dizer: Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan e Pinan Godan.
Há uma grande discussão histórica sobre o papel de Itosu em relação ao Karate em geral e ao estilo Shorin-ryu em particular.
Quanto ao Karate, não se pode precisar se o criador da arte marcial foi Matsumura, Sakukawa ou Itosu. Os que defendem a tese de que Sakukawa foi seu criador consideram que ele foi o primeiro a reunir os ensinamentos do Te e do Kung Fu numa só arte. Os que defendem que Matsumura tenha sido seu criador argumentam que ele foi quem mais contribuições deu àquela arte nascente e que Sakukawa teria sido um mero praticante de duas artes marciais (como hoje existem tantos). Por fim, aqueles que argumentam que Itosu teria sido o criador do Karate se apegam ao termo em si, que, ao que parece, não havia sido utilizado antes de Anku Itosu. Contudo, aos defensores dessa tese, cabe lembrar que o termo só se popularizou após a morte de Itosu, sendo que em sua época (como pode ser conferido na carta que escreveu e que hoje é conhecida como "Os Dez Peceitos do Karate"), o Karate ainda era majoritariamente conhecido como Tang Te, ou seja, Mão Chinesa e não Mão Vazia, como hoje.
Quanto ao estilo Shorin-ryu, a discussão parece mais simples. Embora pareça um contra-senso, visto que o Shorin-ryu é um estilo de uma arte marcial (o Karate), ao que parece, sempre houve a consciência de que aquela arte havia sido trazida da China e que advinha do Kung Fu dos monges Shaolin, sendo assim, é muito provável que o Estilo praticado por Itosu já fosse chamado de Shorin-ryu mesmo em tempos anteriores a esse Mestre (como também se pode supor através da leitura de "Os Dez Preceitos do Karate"). De qualquer forma, como sempre ocorre com fatos históricos embasados na História Oral (uma vez que a escrita era muito pouco disseminada em Ryukyu), há discordâncias sobre esse tema e, embora alguns debatam sobre se Matsumura ou Itosu seria o fundador do Estilo, o único consenso que existe é que Chibana foi seu primeiro Grão-Mestre.

[editar] Choshin Chibana (1885 - 1969)

Ao contrário de Matsumura, que teve grande dificuldade para encontrar um discípulo à altura de suas técnicas, Itosu encontrou discípulos de qualidade em grande abundância, talvez por ter se empenhado na disseminação do Karate por Okinawa através de sua implantação no ensino público regular. Seja como for, ao menos cinco de seus discípulos merecem alguma nota de importância: Anbun Tokuda (1886 - 1945), Shugoro Nakazato (1921 - 2008), Yuchoku Higa (1910 - 1994), Gishin Funakoshi[6] (1868 - 1957) e Choshin Chibana[7].
Mestre Choshin Chibana
Gishin Funakoshi, fundador do estilo Shotokan
Com a morte de Itosu, seus discípulos se desentenderam acerca da sucessão do Mestre, mas coube a Chibana ocupar o título de Grão-Mestre do estilo. Muitos vêem neste ato a criação do Shorin-ryu, enquanto outros apenas vêem a consolidação de sua existência já então muito antiga. Seja como for, Tokuda e Motobu mantiveram-se fiéis ao estilo que aprenderam com seu Mestre e, embora não aceitassem plenamente a autoridade de Chibana, não ousaram criar dissidências. Funakoshi, contudo, tentou fazer o que seu Mestre não havia logrado: levar o Karate para o Japão.
Tecnicamente, com a anexação de Ryukyu, o Karate já era uma arte marcial japonesa, mas a verdade é que ele era quase desconhecido (e visto com maus olhos) no arquipélago principal; assim como tudo o que vinha de Okinawa que, até hoje, é a prefeitura mais pobre e negligenciada do Japão.
Para levar o Karate ao arquipélago principal, Funakoshi dedicou-se a alterá-lo a fim de contornar a intolerência japonesa para com os costumes e idéias de origem chinesa. Assim, alterou nomes (traduzindo todas as palavras chinesas para o japonês; diz-se, inclusive, que o próprio nome Karate seria uma niponização de Tang Te, usado até então, sendo que o som das duas expessões é muito semelhante e Funakoshi teria passado a escrever Karate também a fim de nipozar a arte marcial) e algumas bases, de modo a criar diferenças sutis, mas suficientes para tornar a arte marcial palatável aos japonses. Fundou então um dojo, ao qual deu (ou, segundo outra versão da história, seus alunos deram) o nome de Shotokan, literalmente, "Escola do Shoto", sendo que Shoto (Vento nos Pinheiros) era seu apelido. Até mesmo o uniforme de treino do Karate foi niponizado, uma vez que o primeiro Karate-Gi utilizado por Funakoshi era, na verdade, um Judo-Gi, ou seja, um kimono de Judo.
Enquanto Funakoshi fazia progressos na inserção do Karate no Japão, Chibana via enfrentava dificuldades na manutenção da unidade do Estilo Shorin-Ryu.

[editar] Katsuya Miyahira (1918 - atual)

Após a morte de Chibana, o título Grão-Mestre do estilo Shorin-ryu passou a seu mais proeminente discípulo: Katsuya Miyahira.
Miyahira assumiu um estilo em franca fragmentação, com o surgimento de diversas escolas a ele filiadas, mas independentes em termos de autoridade. Ele percebeu que se não fizesse nada, não só o eixo nuclear do Shorin-ryu estaria comprometido, como também a sua própria existência, visto que a tendência das diferentes escolas era virem a se tornar estilos propriamente ditos, como acontecera com a Shotokan de Funakoshi no Japão.
A fim de competir com as escolas nascentes, Miyahira transformou seu dojo numa escola: a Shidokan ("Escola do Caminho do Coração do Guerreiro"). Com sua criação, o Mestre passou a atuar mais diretamente na disseminação do estilo e, dessa forma, vem tentando mantê-lo unido até hoje.
Um dos grandes feitos de Miyahira, enquanto ainda era aluno de Chibana, foi ter se tornado professor do grande mestre Choki Motobu[8] (1870 - 1941), com quem desenvolveu uma relação de mútuo aprendizado.
Uma recente alteração introduzida por Miyahira no estilo Shorin-ryu foi a renomeação dos dois Katas Passai: o antigo Passai Sho (Passai menor) passou a ser chamado Itosu no Passai (Passai de Itosu, em homenagem àquele Grande Mestre do passado); já o antigo Passai Dai (Passai maior) passou a se chamar Matsumura no Passai (Passai de Matsumura).

[editar] Escolas do Estilo

Após a morte de Choshin Chibana, muitos de seus alunos não aceitaram a escolha de Katsuya Miyahira como novo Grão-Mestre do Estilo Shorin-Ryu. Essa atitude precipitou a criação de diversas escolas dentro do Estilo.
Na prática, uma escola não é um estilo separado por manter raízes históricas unidas com as demais de seu estilo, bem como por manter em sua gama de Katas ensinados os Katas de seu estilo matriz. Contudo, a criação de uma escola equivale à dissenção de uma linha de pensamento, o que acaba sendo o primeiro passo para o surgimento de um estilo próprio. De fato, é possível que as muitas escolas do estilo Shorin-Ryu hoje existentes só se mantenham a ele vinculadas porque esse é um dos estilos mais tradicionais do Karate e acaba sendo preferível a muitos mestres serem os líderes de uma escola desconhecida dentro de um estilo importante do que serem os líderes de um estilo desconhecido.
Seja como for, o estilo Shorin-Ryu se divide hoje em sete escolas, cada uma delas comandada por um Hanshi (ver mais abaixo).

[editar] Shidokan

Em 1948, após atingir o 4º Dan, Katsuya Miyahira (1918-) fundou seu primeiro Dojo, ao qual deu o nome de Shidokan "Escola do Caminho do Guerreiro", conforme os anacletos de Confúcio (capítulo VII, versículo VI, do livro IV, volume XX):
Determine-se de coração a sempre seguir o caminho.
Fique próximo do sol da virtude e dele não se afaste.
Acredite no poder da benvolência como seu apoio.
Obtenha prazer através dessas técnicas.
Em 1969, após a morte de Chibana, Miyahira recebeu dele os selos oficiais do estilo Shorin-Ryu e, por conta disso, foi eleito presidente do estilo. Sua eleição frustrou muitos de seus colegas, especialmente os mais velhos, o que precipitou a criação de diversas das escolas do estilo Shorin-Ryu. Por sua vez, Miyahira transformou seu Dojo numa escola, nascendo assim a Shidokan.
Hoje a Shidokan se espalha por onze países além do Japão sendo, em cada um deles, chefiada por um Kodansha:
  • Alemanha: Desde 1997 a escola é comandada no país por Joachim Laupp, Kyoshi de 8º Dan.
  • Argentina: Desde 1959 Shoei Miyazato[9] estabeleceu a Shidokan na Argentina, mas hoje a entidade é chefiada por Jorge Garzón[10], Renshi de 6º Dan.
  • Austrália: Estabelecida em 1979 no país, a escola é hoje comandada por Abet Presincula, Kyoshi de 8º Dan.
  • Brasil: Em 1990 Kazunori Yonamine foi autorizado por Miyahira a comandar a Shidokan no Brasil. Ele é hoje um Hanshi de 9º Dan.
  • Canadá: Desde 1996 a Shidokan dos EUA se estabeleceu também no Canadá, onde é comandada por Roy Paul, um Renshi de 5º Dan.
  • Estados Unidos: Em 1967, o mais talentoso aluno de Miyahira, Seikichi Iha foi aos EUA ensinar Karate no Clube Okinawano dos EUA. Em 1968, juntamente com outros dois Kyoshis de 7º Dan, ele abriu seu primeiro Dojo e, logo após a morte de Chibana, separou-se dos outros dois e formou seu Dojo próprio. Desde 1975, a sede da Shidokan dos EUA está em Lansing, no Estado de Michigan, onde ainda é presidida por Iha, hoje um Hanshi de 10º Dan. A Shidokan dos EUA adota o nome de Beikoku Shidokan[11] e funciona de forma amplamente independente da Shidokan de Okinawa, tendo se expandido por diversos países.
  • Filipinas: Em 1963, antes mesmo da morte de Chibana, Miyahira enviou Seikichi Iha até as Filipinas, onde ele treinou Latino Gonzales, que é hoje o comandante da Shidokan nas Filipinas.
  • França: Estabelecida no país desde 1988, a escola é chefiada por Dick Kevork, Kyoshi de 7º Dan.
  • Guam: Em 1969, Seikichi Iha e seu aluno Seigi Shiroma viajaram dos EUA para Guam a fim de estabelecer uma braço da Shidokan naquele país. Shiroma ficou por lá e até hoje é o líder da Shidokan em Guam, sendo hoje um Hanshi de 9º Dan.
  • Israel: Também como parte da expansão da Shidokan dos EUA, a Shidokan de Israel é chefiada por Amit Michaeli, Shihan de 4º Dan.
  • Rússia: Paul Snader, Renshi de 6º Dan e aluno de Seikichi Iha tem um aluno, Dmitry Uritsky, Sensei de 2º Dan, que comanda a Shidokan russa, também uma expansão da escola nos EUA.
Em Okinawa a escola é a maior representante do estilo, tendo 25 Dojos.[12] e sendo um dos mais importantes baluartes do Karate tradicional.

[editar] Shorinkan

Shugoro Nakazato (1919-) iniciou sua prática no Karate dentro do estilo Shito-Ryu, mas após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se aluno de Choshin Chibana.
Após a morte de Chibana, em 1969, Shugoro Nakazato assumiu o título de vice-presidente do estilo Shorin-Ryu. Até 1975 ele se manteve no cargo, mas nesse ano, renunciou e fundou sua própria escola do estilo: a Shorinkan[13], a qual preside até hoje.

[editar] Kyudokan

Em 1941, Yuchoku Higa (1910-1994), que já havia treinado com grandes mestres de Shuri-Te e Naha-Te, tornou-se aluno de Choshin Chibana, tronando-se o primeiro de seus alunos a atingir o 9º Dan e receber a graduação de Hanshi. Em 1947, ele fundou seu Dojo, o qual batizou de Kyudokan.
Em 1961, Higa foi nomeado vice-presidente do estilo Shorin-ryu, mas seus afazeres político na Câmara de Okinawa somados à sua participação como presidente na Federação de Karate e Kobudo de Okinawa acabaram limitando sua paticipação dentro da organização do estilo Shorin-ryu em si, sendo assim, após a morte de Chibana ele foi substituído na vice-presidência por Shugoru Nakazato.
Em 1976, Katsuya Miyahira, elevou-o ao 10º Dan[14] e, a partir de então, Higa transformou seu Dojo na sede de mais uma escola do estilo Shoin-Ryu: a Kyudokan, que hoje conta com mais de dez mil alunos nos vinte e três países em que está presente[15]. O trabalho de difusão da escola foi operado por Benito Higa (América do Sul) e Oscar Higa (Europa), descendetes de Yuchoku.
Desde a morte de Yuchoku, a escola vem sendo comandada por seu filho, Minoru Higa (1941-), Hanshi de 9º Dan.

[editar] Matsubayashi

Em 1947, Shoshin Nogamine (1907-1997), aluno de Choki Motobu, fundou seu Dojo ao qual deu o nome de Matsubayashi em homenagem a Sokon Matsumura e a Kosaku Matsumora (mestre de Tomari-Te).
Abdicando de muitos dos katas originais do estilo, a escola é hoje conhecida também como Matsubayashi-Ryu, sendo que a terminação Ryu (estilo), indica que ela esteja muito adiantada no caminho de se desvincular do estilo Shorin-Ryu e se tornar um estilo próprio.
Desde 1997, com a morte Shoshin Nogamine, a escola vem sendo comandada por seu filho, Takayoshi Nogamine, Hanshi de 10º Dan, que busca ensinar a seus alunos de acordo com os escritos de seu pai nos livros A Essência do Karate-do[16] e Contos dos Grão-Mestres de Okinawa[17].
Muitos praticantes desta escola consideram-na como o verdadeiro Shorin-Ryu, inclusive chamando-a, muitas vezes apenas de Shorin-Ryu, como se as demais escolas do estilo não existissem.

[editar] Seibukan

Em 1946, Zenryo Shimabukuro[18] (1908-1969), fundou seu primeio Dojo, onde ensinava principalmente a seus familiares. Contudo, a ocupação norte-americana de Okinawa lhe proviu com alguns alunos militares dos EUA, o que rendeu a Shimabukuro muito respeito até mesmo no arquipélago principal do Japão.
Em 1960 ele foi eleito presidente do braço okinawano da Federação de Karate-do do Japão, mas essa parte da associação logo se desmembrou. Em 1962 Shimabukuro recebeu de Chibana o 10º Dan e fundou sua escola, a Seibukan (Escola da Arte Sagrada), presidindo-a até sua morte, por apendicite, em 1969. Desde então sua escola vem sendo presidida por seu filho Zenpo Shimabukuro, atualmente um Hanshi de 9º Dan.

[editar] Shobayashi

Tendo sido aluno de Chotoku Kyan (mestre de Tomari-Te), Chojun Miyagi (fundador do estilo Goju-Ryu), Tatsuo Shimabukuro (seu irmão mais velho e fundador do estilo Isshin-Ryu), Choki Motobu e Zenryo Shimabukuro (fundador da escola Seibukan), Eizo Shimabukuro[19] (1925-) acabou se filiando diretamente ao estilo Shorin-Ryu apenas em 1961, quando, já no 10º Dan, foi aceito como aluno pelo Grão-Mestre do estilo, sensei Choshin Chibana.
Desde 1948 Eizo Shimabukuro já possuía seu próprio Dojo e com o apoio que recebeu das tropas norte-americanas no pós-guerra, teinou, segundo suas próprias contas, mais de 35.000 soldados até os dias de hoje.
Com a morte de Chibana, Eizo Shimabukuro fundou sua própria escola de Karate Shorin-Ryu, embora tenha ele próprio sido treinado em diversos estilos de Karate, tais como: Goju-Ryu, Shudokan e Shorei-Ryu. Sua escola foi batizada como Shobayashi e é até hoje presidida por ele.

[editar] Shinshukan

O Karate Shorin-ryu chegou ao Brasil junto com Yoshihide Shinzato (aluno de Choki Motobu), em 1954. Sua disseminação por aqui se deu no contexto do racha de escolas ocorrido no final da vida de Chibana e, sendo assim, até os dias de hoje ainda existe certa disputa entre os membros das diferentes escolas deste estilo no Brasil.
Choki Motobu, professor de Yoshihide Shinzato
Unindo, inicialmente, os imigrantes japoneses (especialmente os oriundos de Okinawa) de Santos, a Shorin-ryu começou a ganhar notoriedade a partir de 1962, quando Shinzato fundou a primeira academia do estilo e quando realizou uma demonstração pública de Karate no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Originalmente chamada de Associação Okinawa de Karate-do Shorin-ryu, essa academia passou a se chamar União de Karate-do Shorin-ryu do Brasil e, finalmente, quando Yoshihide Shinzato alcançou o 10º Dan, se transformou na escola Shinshukan. Seu nome deriva dos ideogramas do nome de Shinzato, sendo o Shin de Shinzato, o Shu de Yoshihide e o Kan, de Escola. Assim, ela é, literalmente, a "Escola de Yoshihide Shinzato".
Por ter sido fundada pelo introdutor do estilo no Brasil, a Shinshukan é hoje a escola Shorin-ryu com mais praticantes no país, algo em torno de 7000 segundo suas próprias contas. Contudo, a escola considera que todos os praticantes do estilo no Brasil tenham, de alguma forma, sido seus alunos. Daí o alto número.
Uma alteração feita por Shinzato nos costumes da Shorin-ryu brasileira foi a introdução do uso de Hachimaki (bandana de cabeça), que o próprio Mestre utilizou até o fim de seus dias, mesmo contrariando recomendações do próprio Katsuya Miyahira e diretrizes internacionais da WKF e da WUKO. O uso de hachimaki é considerado proibido porque seu significado tradicional é de vingança, o que indicaria que seu usuário estaria buscando vingança contra algo ou alguém, o que é incompatível com o ideal do Karate moderno. Seja como for, a Shinshukan não concorda com essa linha de pensamento e chegou mesmo a incentivar seus alunos a comprarem hachimakis decoradas à moda da bandeira do Japão, como as utilizadas pelo personagem Daniel San, de Ralf Macchio, em Karate Kid.
Com o falecimento de Yoshihide Shinzato, em 13 janeiro de 2008, a escola é hoje comandada por seu filho, Masahiro Shinzato, Hanshi de 9º Dan e ex-presidente da Federação Paulista de Karate - FPK[20]. Masahiro, apesar dos constantes problemas de saúde, vem tentando conduzir o legado de seu pai buscando manter os padrões da escola e objetivando seu crescimento.
A principal luta da Shinshukan nos últimos anos tem sido no sentido de que o Shorin-ryu seja aceito pela WKF[21] (World Karate Federation) no rol dos estilos de Karate de competição. Isso implicaria na possibilidade de seus atletas virem a fazer Katas do próprio estilo sem terem que ser avaliados pelo embusen (padrão de movimento) similar ao do estilo Shotokan, aceito pela entidade.

[editar] Kata

As técnicas do estilo são aperfeiçoadas através do treino de kihon (exercícios fundamentais), kata (exercícios formais) e kumite (luta), incorporando princípios filosóficos, tanto na teoria quanto na prática.
Há, ao todo, 21 kata, aprendidos[22] pelos praticantes do estilo nesta ordem:

01- Naihanchi Shodan
02- Fukyu-gata Dai Ichi
03- Naihanchi Nidan
04- Naihanchi Sandan
05- Fukyu-gata Dai Ni
06- Pinan Shodan
07- Pinan Nidan
08- Pinan Sandan
09- Pinan Yondan
10- Pinan Godan
11- Itosu no Passai
(anteriormente denominado Passai Sho)
12- Kusanku Sho
13- Matsumura no Passai
(anteriormente denominado Passai Dai)
14- Kusanku Dai
15- Chinto
16- Jion
17- Gojushi-ho
18- Teesho
19- Koryu Passai
20- Unshu
21- Ryuko

Ao chegar ao 5º DAN, o karateca do estilo Shorin-ryu deve saber fazer e demonstrar com maestria as técnicas contidas nestes 21 Kata.

[editar] Progressão de Faixas

No estilo Shorin-ryu os Karatecas começam na faixa branca, como na grande maioria dos estilos de Karate e a coloração de suas faixas vai escurecendo até chegar à preta, quando se inicia uma nova contagem de progressão, muito mais lenta. Karatecas que não são faixas pretas são chamados de Mudansha ou Dangai (sem Dan), enquanto os que já atingiram a faixa preta são chamados de Yudansha. A progressão de faixas do estilo é a seguinte[23]:
Algumas das faixas (ou Obi) de Dangai
Os Dangai ou Mudansha são:
  • 7º Kyu = Branca
  • 6º Kyu = Amarela
  • 5º Kyu = Laranja
  • 4º Kyu = Azul
  • 3º Kyu = Verde
  • 2º Kyu = Roxa
  • 1º Kyu = Marrom
Obs.: Alguns dojos ainda utilizam uma faixa vermelha entre as faixas branca e amarela, destinada a karatecas considerados muito jovens para progredirem à faixa amarela. Esta faixa vermelha não é internacionalmente reconhecida, assim como não o são os graus atribuídos às pontas das demais faixas dos Dangai, e era muito mais amplamente utilizada até o final do século XX, quando a idade mínima para se atingir a faixa preta era de 18 anos completos. Hoje, como a idade mínima para a faixa preta é de 14 anos, dificilmente existe a necessidade de se atribuir essa faixa a alguém, por isso, além de não ser reconhecida, a faixa vermelha (também chamada pejorativamente de vermelhinha) está praticamente extinta.
Os Yudansha são:
  • 1º ao 5º Dan = Faixa Preta com uma listra horizontal para cada Dan
  • 6º Dan = Faixa Preta com as pontas em Vermelho e Branco (Ponta Coral) ou apenas Faixa Preta sem ponta alguma
  • 7º e 8º Dan = Faixa Vermelha e Branca (Coral)
  • 9º e 10º Dan = Faixa Vermelha
Obs.: Karatecas de 1º e 2º Dan são chamados de Sensei (embora esse título possa ser usado para designar qualquer karateca de 1º Dan em diante, ele é mais comumente empregado para designar o mais graduado de um dado lugar), os de 3º e 4º Dan são chamados de Shihan, os de 5º e 6º Dan são chamados Renshi, os de 7º e 8º Dan são chamados Kyoshi e os de 9º e 10º Dan são chamados Hanshi. Karatecas acima do 7º Dan podem ser designados como responsáveis por grandes extensões territoriais, sendo os mestres de todos os Karatecas de graduações inferiores naquela área. Um indivíduo nessas condições receberá o título honorífico de Kodansha.

[editar] Outros pontos de relevância

[editar] Takahara e o conceito de "Do"

O nome completo do Karate é Karate-Do, ou seja, Caminho da Mão Vazia. Sendo Kara o correspondente a vazio, Te a mão e Do a caminho. O conceito contido na partícula Do permeia as artes marciais orientais e tem significados muito variados de região para região. Em geral, no entanto, ele pode ser definido como uma forma de encarar as artes marciais como uma filosofia de vida, algo com uma forte conotação religiosa, especialmente relacionada ao Budismo.
O conceito de Do encerra em si o comportamento ético esperado de um artista marcial e é o seu ensino ou não que acaba por diferenciar um bom dojo e um mal dojo (McDojo), visto que saber dominar seu corpo de modo a utilizar adequadamente as técnicas aprendidas para derrotar um oponente não deve ser o único (e talvez nem mesmo o mais importante) ensinamento de um bom sensei. Não há honra nenhuma em se nocautear um adversário inferior técnica ou fisicamente, ou em se tornar um causador de problemas, o famoso "valentão" referenciado por Anko Itosu em seus "Dez Preceitos do Karate", apenas porque se tem competência física para tanto.
Tradicionalmente se atribui, ao menos no que tange ao Karate, a criação do conceito de Do a Peichin Takahara. Vejamos seus três preceitos básicos[24][25]:
  • ijo: "o caminho" - compaixão, humildade e amor;
  • katsu: "as leis" - completa compreensão de todas as regras e formas do Karate;
  • fo: "a dedicação" - a seriedade do Karate precisa ser entendida não apenas no treino, mas no combate real.
Uma tradução coletiva considerada apropriada para esses preceitos é: "A obrigação de cada um para consigo mesmo e para com o seu próximo". Isso seria o Do.

[editar] Itosu e "Os Dez Preceitos do Karate"

Além de sua imensa contribuição pessoal para o Karate em geral e para o estilo Shorin-ryu em especial, Anko Itosu deixou ainda um importante legado numa carta endereçada aos Ministros da Guerra e da Educação do Japão. Essa carta, de outubro de 1908, chamada de "Os Dez Preceitos do Karate" (Tode Jukun) [26] tinha o objetivo de desvincular o Karate de influências religiosas opostas ao Xintoísmo então em voga no Japão, bem como de ressaltar os benefícios militares da arte marcial. A missivia não logrou seus objetivos, mas segue transcrita abaixo:
Os Dez Preceitos do Karate
Dez Preceitos do Karate
O Karate não evoluiu do Budismo ou do Confucionismo. No passado, as escolas Shorin-ryu e Shorei-ryu foram trazidas da China para Okinawa. Ambas têm pontos fortes, os quais eu mencionarei agora, antes que haja muitas mudanças:
  1. O Karate não é praticado apenas para o benefício individual, pode ser usado para proteger sua família e seu mestre. Ele não é pensado para ser utilizado apenas contra um único bandido, mas sim, como uma forma de se evitar uma briga caso se venha a ser confrontado com um vilão ou um valentão.
  2. O propósito do Karate é tornar os músculos e ossos duros como rochas e usar as mãos e pernas como lanças. Se as crianças começarem a treinar Tang Te (sic) enquanto ainda estiverem no Primário, então elas se tornarão bem preparadas para o serviço militar. Lembre-se das palavras atribuídas ao Duque de Wellington depois de ter derrotado Napoleão: "A Batalha de Waterloo foi vencida nos playgrounds de Eton."
  3. O Karate não pode ser aprendido rapidamente. Como um búfalo que se move lentamente, ele acaba viajando mil milhas. Quando alguém treina diligentemente todos os dias, então, em três ou quatro anos, irá entender o Karate. Aqueles que treinarem dessa forma descobrirão o Karate.
  4. No Karate, o treinamento das mãos e dos pés é importante, então faz-se necessário um meticuloso treinamento na makiwara. Para fazê-lo, relaxe os ombros, abra os pulmões, agarre-se às suas forças, prenda-se ao chão com seus pés e concentre suas energias no baixo ventre. Treine usando cada braço cem ou duzentas vezes por dia.
  5. Quando estiver praticando as bases do Tang Te (sic), certifique-se de manter sua coluna reta, relaxar os ombros, colocar força nas pernas, manter-se firme e buscar energia no seu baixo ventre.
  6. Pratique cada uma das técnicas do Karate repetidamente, seu uso é transmitido oralmente. Aprenda bem cada explicação e decida quando e de que forma aplicá-las quado se fizer necessário. Avançar, contra-atacar e recuar é a regra para se soltar a mão (torite).
  7. É necessário decidir se o Karate será para a sua saúde ou para auxiliar em seus deveres.
  8. Quando treinar, faça-o como se estivesse no campo de batalha. Seus olhos devem brilhar, seus ombros devem ficar relaxados e seu corpo rígido. Você deve sempre treinar com intensidade e espírito e, dessa forma, você vai estar naturalmente preparado.
  9. Não se deve treinar além do limite; isso ocasiona a perda de energia no baixo ventre e é agressivo para o corpo. O rosto e os olhos enrubrecem. Treine com sabedoria.
  10. No passado, os mestres de Karate desfrutaram de longas vidas. O Karate ajuda a desenvolver os ossos e os músculos. Ajuda na digestão, bem como na circulação. Se o Karate for introduzido logo no início do Primário, nós produziremos muitos homens capazes de derrotarem dez agressores. Eu acredito piamente que isso pode ser feito se todos os estudantes da Escola de Professores de Okinawa aprenderem Karate. Dessa forma, depois de se formarem, eles poderão ensinar nas Escolas Primárias aquilo que aprenderam. Eu acredito que isso será um grande benefício para nossa nação e para nossas Forças Armadas. Espero que o senhor considere minha sugestão.
Anko Itosu, Outubro de 1908.

[editar] A Shorin-ryu e o Karate Esportivo

Atualmente a WKF (World Karate Federation) considera como "oficiais" apenas quatro estilos de Karate. Esses quatro são considerados os estilos de Karate tradicional japonês e, apesar de o Shorin-ryu ser mais antigo do que muitos deles; tendo, inclusive, dado origem ao estilo Shotokan; não entra nesse rol porque nunca foi aceito no arquipélago principal do Japão, sendo considerado pelos japoneses como um estilo de Karate de Okinawa.
Parece um contra-senso, já que o Karate, enquanto arte marcial, nasceu em Okinawa. Mas o fato de o estilo Shorin-ryu ser batizado em homenagem a um templo budista chinês, e o fato de ainda utilizar muitas palavras em chinês somado ao reconhecimento de suas raízes chinesas, faz com que o Japão, sinófobo como sempre foi, tenha se recusado a aceitá-lo no rol de estilos tradicionais.
A recente aproximação entre Japão e China, com o pedido de desculpas do Japão pelas atrocidades cometidas contra a China durante a Segunda Guerra Mundial, aumentou as esperanças dos atletas do estilo Shorin-ryu de que seu estilo finalmente receba o reconhecimento que merece e seja aceito no rol dos estilos tadicionais de Karate japonês, podendo fazer parte da WKF.
A importância de se ser aceito como um estilo reconhecido na WKF está nas competições de Kata, onde apenas os Katas praticados pelos estilos aceitos são permitidos. Os praticantes do estilo Shorin-ryu (bem como de outros estilos não aceitos) vêem-se obrigados a tomar uma dessas duas atitudes, caso queiram competir nessa modalidade: ou aprendem e executam Katas de um dos estilos aceitos; ou, na hora de nomearem o Kata que irão fazer, dizem o nome japonês do correlato Kata Shotokan e são avaliados pelo embusen semelhante, já que, como foi demonstrado, os Katas da Shotokan (bem como todo o estilo em si) vêm de modificações do estilo Shorin-ryu feitas por Gichin Funakoshi a fim de fazer o Karate ser aceito no arquipélago principal do Japão.
Uma alternativa aos atletas do estilo é a WUKF[27] (World Union of Karate-Do Federations), entidade anterior à WKF, que havia entrado em declínio no início da década de 1990, mas que vem sendo revitalizada nos últimos cinco anos; anteriormente, já foi conhecida como WUKO (World Union of Karate-Do Organizations). A WUKF inclui no rol de estilos por ela reconhecidos como tais, além dos aceitos pela WKF, também os estilos Shorin-ryu, Uechi-ryu, Kyokushinkai e Budokan. Embora a WUKF conte com menos integrantes e países filiados do que a WKF, enquanto o Karate não integrar as Olimpíadas de fato, não haverá qualquer diferença real entre as duas federações, que promovem campeonatos mundiais e internacionais independentes uma da outra. Se, contudo, o Karate vier a integrar os Jogos Olímpicos, apenas atletas filiados à WKF poderão obter índice olímpico, visto que esta entidade é a única reconhecida pelo COI.
Os estilos de Karate reconhecidos pela WKF (com seu ano de registro no Butokukai[carece de fontes?] do Japão) são:
Embora o Karate não tenha conseguido os três quintos de votos do Conselho do COI (Comitê Olímpico Internacional) necessários para se tornar um esporte olímpico, como obteve o voto de mais da metade dos países componentes do conselho, adquiriu o status de aspirante às Olímpíadas[28], podendo vir a ingressar nelas num futuro próximo. Daí a expressão Karate Olímpico. A principal justificativa dos conselheiros que votaram contra a aceitação do Karate como esporte olímpico foi justamente o fato de haver uma grande multiplicidade de estilos com regras diferentes, o que dificultaria uma competição unificada que abrangesse a todos. O fato é que nas competições de Shiai Kumite (luta de competição), as diferenças de estilo não têm grande importância, mas, nas competições de Kata, têm. É provável que, enquanto os principais estilos dessa arte marcial (aí incluído o Shorin-ryu, visto ser um dos mais antigos e praticados no mundo) não deixarem de lado suas disputas internas por poder e se reunirem visando um consenso acerca do Karate enquanto esporte, o Karate nunca venha a integar os Jogos Olímpicos. Um bom exemplo a ser seguido seria o do Taekwondo, que conseguiu integar as Olimpíadas depois de acertos internos entre seus diversos estilos.
Após as Olimpíadas de Atenas, em 2004, ficou decidido que, em 2008, o Karate e o Squash integrariam os Jogos no lugar de Baseball e Softball, mas alguns países componentes do conselho interno do COI, como Estados Unidos e Japão, onde os esportes que seriam excluídos têm grande aceitação, foram contra a troca e se basearam na votação que não atingiu os três quintos para vetarem a entrada dos dois novos esportes no rol das disputas de Beijing.